domingo, 9 de maio de 2010

O que o futuro reserva para uma das ferramentas mais poderosas do mundo corporativo



Por Flávia Ghiurghi
Já há algum tempo que a Internet deixou de ser um punhado de informações do outro lado da tela do computador para se tornar um universo virtual interativo, capaz de influenciar opiniões e ditar regras no âmbito empresarial. Só no Brasil são 68 milhões de internautas, sendo que 45,5 milhões de pessoas fazem uso de redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter. Por isso, é importante saber manusear a ferramenta e transformá-la em aliada na hora de promover a empresa, fidelizar clientes e aproximar os prospects.


Hoje, quem não sabe usar a Internet a seu favor perde a oportunidade de alavancar seus negócios e ainda abre espaço à concorrência. "Acredito que todos os recursos da Internet são importantes e contribuem para decidir determinados negócios. Um site bem desenvolvido, campanhas de publicidade on-line, newsletters, opiniões favoráveis ou desfavoráveis à empresa nas redes e mídias sociais são fundamentais hoje para formar a opinião do consumidor", afirma o consultor em marketing digital da Magoweb e autor do blog Clínica Marketing Digital (www.magoweb.com/clinicadigital), Silvio Tanabe.

Atento a essa valiosa estratégia, Tanabe se baseou na microtendência, comportamento de minorias com potencial de mudar os hábitos da maioria (o conceito é restrito a menos de 1% da população, mas passível de influenciar um grande número de pessoas). Segundo Tanabe, o fenômeno da microtendência ganhou popularidade com o livro "Microtrends: The Small Forces Behind Tomorrow's Big Changes" (Microtendências - As pequenas forças por trás das grandes mudanças de amanhã), e já é possível identificar algumas microtendências na Internet no Brasil, a exemplo das listadas abaixo pelo consultor que, segundo ele, deverão nortear o uso da web em 2010, tanto em relação aos consumidores quanto às empresas.

Microtendências


1 A Internet substitui os telefones fixos
A expansão da banda larga possibilitará a adoção cada vez maior de plataformas de comunicação totalmente baseadas na Internet, como o Skype. Basta baixar o programa no computador e preencher as configurações básicas e você já pode conversar à vontade, de graça, com outra pessoa que também tenha uma conta no serviço. Pagando um plano de minutos como o de um celular é possível fazer ligações para telefones fixos em qualquer lugar do Brasil, pagando valores muito menores que o das operadoras de telefonia.

2 Virtualização das reuniões
Outra consequência da popularização de plataformas como o Skype é a virtualização das reuniões. Isso porque é possível não apenas conversar, mas visualizar o interlocutor (desde que os computadores utilizados estejam equipados com webcams, recurso também cada vez mais comum) e compartilhar a tela do próprio computador. Assim, é possível, por exemplo, apresentar um relatório para um cliente em detalhes e tirar todas as dúvidas sem ter de se deslocar de seu escritório. É uma solução perfeita para agilizar reuniões e evitar deslocamentos desnecessários e cada vez mais difíceis nos grandes centros urbanos por causa do trânsito e dos congestionamentos.

3 Fim da supremacia do "clique"
Uma das principais formas de mensurar os resultados das campanhas de publicidade on-line sempre foi o custo por clique (CPC), o valor pago pelo anunciante sempre que um internauta clica em seu anúncio. Porém, estudo recente realizado pela ComScore, especializada em métricas de Internet, revelou que um banner ou anúncio, mesmo não clicado, influencia diretamente nas vendas por meio da exposição da marca. A pesquisa mostrou que os banners aumentaram as vendas dos varejistas norte-americanos em 22%, mesmo com baixas taxas de cliques.
Estes dados avalizam a opinião de um pequeno grupo de profissionais de publicidade e propaganda, que há tempos defendem novas formas de avaliar os resultados do marketing digital.

4 Pontas de estoque e clubes de compra on-line
Sem alarde, lojas virtuais que funcionam como pontas de estoque ou clubes de compra, como Privalia, Brands Club e Superexclusivo, estão se tornando uma febre entre as mulheres justamente por reunir tudo o que elas gostam: produtos de marcas famosas por preços incrivelmente baixos, vendidos em um lugar que só as iniciadas no mundo das compras conhecem. É possível encontrar, por exemplo, biquínis da badalada grife Lygia & Nanny (que em shopping centers não saem por menos de R$ 300,00) por apenas R$ 39,90. Mas para aproveitar é necessário ser apresentada por uma amiga já cadastrada no site.

5 Compra direta nos Estados Unidos
Se a onda é aproveitar os descontos na Internet, por que não ficar de olho nas megaliquidações das lojas norteamericanas e aproveitar a baixa do dólar? Este é o filão dos sites de compra direta nos Estados Unidos, outra microtendência dentro do comércio eletrônico. Sites como Skybox e Aeropost (que passou a operar recentemente no Brasil) não são lojas virtuais, mas facilitadores de entrega. Ao se cadastrar, você passa a ter uma caixa postal nos EUA (vinculada diretamente ao escritório da empresa), onde pode endereçar as suas compras.
Ao chegar, sua encomenda é despachada diretamente para o Brasil, com todos os impostos inclusos. A vantagem desse serviço em relação à remessa direta é o custo do frete, que em alguns casos pode ficar menos de 50% do valor normal.

Por que a internet é importante nos negócios?
- O Brasil já tem mais de 66,3 milhões de internautas, um terço da população do país (Ibope).
- No mundo todo, o brasileiro é o que passa mais tempo online (44 horas/mês) (Ibope).
- O Brasil é o terceiro país com maior número de usuários de redes sociais (Nielsen) e o segundo em número de usuários do Twitter (Comscore).
- 87% dos consumidores estão satisfeitos com o desempenho das lojas virtuais (e-bit).
- O comércio eletrônico faturou R$ 10,5 bilhões em 2009, com crescimento de 28% sobre o ano anterior (e-bit).
- A publicidade on-line cresceu 21% em 2009, contra 0,67% da publicidade em geral (Inter-Meios).
- 38% dos consumidores da classe A e B e 30% da classe C levam em consideração informações da Internet para escolher produtos, marcas e lojas (Datafolha).

Nenhum comentário:

Postar um comentário