quinta-feira, 27 de maio de 2010

Apagão? Que apagão!

Nos últimos tempos, vemos uma série de reportagens sobre a escassez de mão de obra no Brasil. Inclusive, nosso primeiro post foi sobre isso e intitula-se "Construtoras já temem apagão de mão de obra" (leia aqui).

Contudo, não posso deixar de perguntar: há mesmo apagão de mão de obra, independente em que setor, ou as empresas e os profissionais responsáveis pelos processos seletivos simplesmente não sabem identificar os talentos disponíveis no mercado?

Trago essa pergunta para todos os leitores do blog porque é meio que uma contradição. No meu dia a dia, como headhunter, eu vejo uma série de excelentes profissionais buscando recolocação no mercado. Alguns, implorando por uma chance, mesmo que essa chance esteja muito aquém das suas expectativas e da sua capacidade. O que eles querem é trabalhar, é se sentirem úteis e produtivos.

Vejo as empresas também pedindo profissionais cada vez mais especializados, muitas vezes com um perfil muito superior ao que a posição demanda. Mas, querem oferecer um pacote salarial e benefícios muito inferiores ao que esses profissionais valem. 

O que eu acredito, na realidade, é que não existe um apagão de mão de obra. Existe é profissionais que não sabem trocar lâmpadas e pilhas. Não sabem consertar a fiação elétrica das empresas. São profissionais que possuem a lupa, mas não sabem utilizá-la. Estão de frente para a agulha no palheiro e, mesmo assim, querem a agulha douradinha, verdinha, azulzinha, da cor do arco-íris.

É claro que existem profissionais "sem noção". Que chegam em entrevistas nas consultorias ou nas empresas e trocam os pés pelas mãos. Estão despreparados para esse momento importante no processo seletivo e acabam arruinando suas chances para a vaga dos sonhos.

Mas, enquanto contratantes e profissionais de RH não entenderem que uma agulha é uma agulha, independente de como é essa agulha, a ameaça da escuridão permanece.  Uma lanterna necessita de pilhas, e as lâmpadas acabam queimando eventualmente e precisam ser trocadas. Sem isso, continuaremos na escuridão dos apagões eternos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário