segunda-feira, 14 de março de 2011

Mulheres no poder, visões diferentes sobre o tema


Blog Na hora do cafezinho - Enviado por André Moragas


Independente de qualquer posição política, tenho a certeza de que estamos prestes a viver um momento histórico no Brasil com a primeira mulher presidente da nossa história. E não só uma mulher presidente, mas um ministério no qual as mulheres terão um grande espaço. Um espaço, inclusive, que vem rapidamente sendo conquistado no mercado de trabalho. Lembro que, durante minha trajetória profissional, meus melhores chefes sempre foram mulheres. E olha que foram muitas: Mariza, Sônia, Joyce, Lea, Claudia, Cristina, Antonieta, Maria Cristina, Nice, Nívea, Helena. 

Conversando sobre o assunto com Mata Hari, e explicando os meus motivos para preferir uma mulher no comando, fui surpreendido com a seguinte frase da minha espiã do mundo corporativo:“Deus me livre, me dá até arrepio de pensar nisso”. Perplexo, pedi explicações sobre essa reação. Já que, como mulher, imaginei que defendesse com unhas e dentes esse espaço conquistado. Depois de explicar, em cada detalhe, a sua posição, ela me brindou com o texto abaixo.

Caros leitores e, principalmente, leitoras, antes de passar para os argumentos de Mata Hari, quero deixar bem claro que discordo dela em muitos aspectos. E continuo afirmando que os melhores chefes que tive na vida foram mulheres. Mas, como esse espaço é democrático e o texto da nossa espiã e bem contundente, não pude negar a publicação. Com vocês, novamente, Mata Hari e suas experiência com as mulheres na chefia.

Chefe mulher nunca mais 

Nunca me considerei uma mulher de pensamentos feministas, embora não identifique em mim um perfil machista. Acho que ando ali no limite, tendendo ora para um lado ora para outro. No entanto, devo confessar: tenho tido umas recaídas machistas. A ponto de já fazer planos. Na próxima entrevista de emprego, a primeira pergunta será minha: o meu chefe será um homem? Diante de uma negativa, já imagino toda a cena. Levantando-me da cadeira, faço uma cara agradecida e cedo a vez para o candidato seguinte. Sou capaz de calcular a surpresa do entrevistador e, ao mesmo tempo, seu sentimento de alívio por ter se livrado tão rapidamente de uma louca.

Sei que as incendiárias de sutiã devem estar rangendo dentes, mas devo dizer, com minha sinceridade suicida: poucas coisas na vida são tão cansativas quanto mulheres que atingem o poder e tornam-se chefes. Vou apresentar um cardápio de argumentos e deixo claro ser este o relato da minha experiência pessoal. Quem sabe eu não tenha contado com a sorte até aqui. Vamos a ele:

1 - Mulheres, em geral, gostam de discutir a relação (inclusive no ambiente de trabalho). Eu detesto;

2 – Quando atingem o poder, elas precisam deixar de lado as características que nos fazem diferentes deles como uma certa dose de doçura, complacência e sensibilidade. Precisam virar rolos compressores, agir grosseiramente para não serem vistas como moles ou fracas;

3 – Se a chefe mulher não tem filhos – e isso é cada vez mais comum, afinal, elas precisam ser sensacionais e nada pode competir com o sucesso profissional almejado – é melhor compartilhar a jaula do leão. Ela jamais compreenderá o seu atraso para levar o filho ao médico ou aquela escapadela para participar da festinha do Dia das Mães que o pimpolho ensaia há dois meses para te impressionar;

4 – Dificilmente uma chefe mulher compartilha histórias que não sejam estritamente relacionadas ao trabalho. Como elas precisam ser “sérias” e “compenetradas”, têm mais dificuldade de admitir que a vida aconteça fora do escritório e que, eventualmente, as pessoas compartilham suas experiências;

5 – Sou uma exceção entre as mulheres: não sofro de TPM. Portanto, custa-me aceitar os ataques temperamentais, cuja culpa é sempre atribuída aos hormônios femininos. Sou partidária do controle. Das pessoas que sabem administrar suas crises pessoais. Por isso, não acredito que TPM seja uma boa desculpa para destempero ou assédio moral; 

6
 – Gente, pode haver coisa mais insuportável do que aquelas chefes sentimentalmente mal resolvidas? Minha nossa!!!! E quando elas dizem que o sucesso pessoal é o responsável por afastar o outro? Nada mais ridículo! O que afasta os outros é mau humor, gente que se acha dona da verdade, que não consegue ter tempo para nada além do trabalho. É esse tipo de gente que repele o outro. Mas a maioria das mulheres em cargos de chefia não aceita que assim seja. Acordem!! A matemática é bem mais simples. Gente bem sucedida + feliz + bem-humorada = atrai.Gente amarga + prepotente + dona da verdade = repele. 

7
 – Mulheres são competitivas desde o berçário. O foco da competição é que nem sempre é saudável. Se a sua chefe é mulher ela não vai querer ficar por baixo jamais. E pobrezinha da subordinada se ela for linda, se vestir bem, for simpática e querida pelos demais. Xiiiiiiiiiiiiii, essa terá os dias contados em qualquer lugar onde esmalte e batom adornarem o comando.

Bem, espero que diante dos meus argumentos – alguns baseados em experiências pessoais e outros relatados por conhecidas – os caros leitores compreendam o porquê da minha decisão. E, claro, que as incendiárias mais aguerridas me perdoem a sinceridade.

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